Foi no ano de 2001 que participei de um trabalho super interessante e que sempre ficará marcado no meu coração.
Fui contratada para uma consultoria na área de geoprocessamento junto a OEA - Organização dos Estados Americanos e a CODEVASF - Companhia de Desenvolvimento do Vale do rio São Francisco. O título do trabalho foi Análise da Dinâmica da conformação do leito do Rio São Francisco. Tive muita sorte porque trabalhei com profissionais renomados e competentes.
Este levantamento cobriu o canal do rio São Francisco e suas imediações desde a cidade de Pirapora (MG) até Petrolina (PE). Resumindo, após todo o processo de digitalização das cartas topográficas, interpretação/classificação das imagens de satélites e intenso trabalho com o software ArcView, fui a campo para averiguar e validar os dados levantados. E foi mágico conhecer esse rio de Pirapora a Petrolina.
O que constatei? Muita perda da biodiversidade (na parte de MG praticamente não existia mata galeria), muita agricultura próxima ao rio, certo abuso no uso da irrigação e trechos bastantes assoreados. A verdade é que identifiquei bancos de areia que já existiam antes dos anos 50 e os mesmos meandros (contornos que o rio faz). Observei áreas onde o trecho era navegável e hoje já não se pode navegar, pois o nível está tão baixo que os barcos ficam atolados junto aos bancos de areia...
A pergunta a ser respondida era a seguinte: O rio está morrendo?
Chegamos a conclusão (principalmente o chefe da equipe, estimado Doutor Ruy) que apesar de todo o desmatamento, mau uso do solo, poluição e degradação, o rio São Francisco não estava morrendo, apenas passando por um ciclo natural que todo rio passa. O que quero falar mesmo é que viajar de helicóptero ao longo de todo rio São francisco foi uma das minhas maiores aventuras. Enjoei demais, apesar de ter tomado o tal do dramim e não vou esquecer que quando passávamos pela barragem de sobradinho o helicóptero tipo deu uma pane... eu e toda equipe poderíamos ter batido com as botas...
Comi peixe, carne de sol, carne de bode dura (no bodódromo), ví variadas carrancas, cactáceas típicas da caatinga e um povo muito bonito que mora ao longo do rio conhecido como Velho Chico.
Então, fui tão feliz... O que fiz com o dinheiro $$$ que recebi pelo trabalho conto depois...
Só vacilei mesmo porque comendo um peixe frito em Juazeiro BA, tomei uma dose de uma pinga que tinha um carangueijo (com teor álcoolico altíssimo) e fiquei mal. Depois pensei: "Puxa acho que foi a emoção..."
Talvez nem interesse saber, mas o saquinho na minha mão é de vômito acumulado do trecho de Bom Jesus da Lapa até Xique-Xique...
Querida Karla, sem dúvida é uma experiencia e tanto, bom o velho chico está ameaçado sim, hoje mesmo vi uma reportagem sobre ele, que dizia que o mar está invadindo o rio, novas represas estão sendo construidas, as pessoas que sobrevivem do leito do rio já sentem na pele, será que podemos fazer alguma coisa, espero que não seja tarde demais, sim a cachaça qe vc tomou é de fato caranguejo mesmo é fortíssima, tô fora. Bjs
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